Domingo, 4 de Janeiro de 2015

PARA MEMÓRIA FUTURA

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CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:00
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Segunda-feira, 12 de Dezembro de 2011

NO - 2

Autores que não foi possível identificar

 

Não se reconhecia no espaço de meia dúzia de anos a que chamava e era casa. Entre idas e vindas e idas que foram e não foram, no escritório, amontoara sacos de objectos, destino o Prado, malas que por desgosto não lhe apetecera desfazer, presentes de Natal carinhosamente adquiridos meses atrás. O derradeiro retorno fora na sexta última. Tralha, diria, se não soubesse a utilidade estrita do transportado. Para organizar bagagem em trânsito condenavam-na as possibilidades de chuva e calor num Outono ora Inverno, ora Primavera. Depois havia os computadores. Sempre dois – o «sério» e o «mini». Hábito longínquo desde que confiara somente no big one e o teclado falhara. Para quê a dupla, se mal os abria para se ligar a chaminés virtuais? Razão outra era-lhe óbvia: o download das fotografias registadas no cartão da câmara e que não resistia a visualizar diariamente, a endireitar, arquivar, a tratar nos contrastes e luz. Afinal, era o prazer da fotografia instilado pelo pai uma das razões de volume extra nas viagens, do peso no saco dependurado ao ombro, das hipóteses de roupa que condissessem com a meteorologia e a não deixassem dependurada, desconfortável, deselegante quando o momento fosse registado ou libertação de preocupações comezinhas.

 

O treino de emalar é tamanho que conta os dias da estada, pendura farpelas uma a uma em seu cabide, todas num porta-fatos. No resto, sobresselentes. Ainda assim, viaja com excesso para o que braços e ombros suportam. Porém, quando foi restritiva nos carregos da viagem, o único par de calças entupiu o fecho e um sapato quebrou o salto. Ao sentir-se de braguilha aberta e a coxear, jamais esqueceu a lição. Nada que importe, mas ensinamento quando lazer significa conforto.

 

Olha com mágoa os haveres do Prado, desde há semanas prontos para viagem que, apenas, em Janeiro acontecerá. Já à porta, a partir de hoje, o pó cobri-los-á na arrecadação urbana do -2. Fica sem presentes a casa amada, fica triste a cuidadora mor. Natal solitário num espaço onde paredes suspiram e carpem o abandono.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:39
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Olá. Posso falar consigo sobre a sua tia Irmã Mar...
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