Suzan Houching – Hairdresser Salon Autor que não foi possível identificar
Disse Francisco Louçã qualquer coisa como isto: _ “Terminem nas forças políticas conversas de cabeleireiro (…) de quem vai tomar chá com quem.”
Subscrevo, conquanto implique aviltamento dos cabeleireiros e do que lá dentro ocorre. Conhecesse Francisco Louçã os sofrimentos que as clientes por lá passam e a metáfora seria outra. Só os frequenta quem o deseja, é insofismável. Porém, Evas e Adões tornaram-se imperfeitos no corpo e na psique pela história da maçã e da serpente. Assim continuam. Depois, existem os estereótipos de cada tempo que, pela beleza convencionada atribuir ao feminino, mais às mulheres do que aos homens afetam. E se reivindicamos paridade com o masculino nos direitos sociais, os ditames da moda são rígidos. Em particular, recomendam às fêmeas não legitimar exageros pilosos no aspeto. Esses atributos indesejáveis, em maior ou menor grau, insistem em revestir o nosso corpo. Pelagens por todo ele carecem, na atualidade, de vigilância ou figuramos com pelos nas ventas, pernas neanderthalensis, barba e bigode, sovacos com ninhos onde qualquer pássaro neles cabendo poria gostosamente ovos.
Ceras puxadas de repelão, pinças cirúrgicas, causam sofrimento tal que saímos dos gabinetes de tortura mais para lá do que para cá. E secar cabelo abundante? Um tempão. E unhas enfeitadas com verniz que descasca em menos de um suspiro? Pior se a escolha recair na proteção de gel ou de gelinho para resistirem à descasca de batatas, fazer de caldos, estufados e mais. Caindo a infeliz nesta tentação, que se acautele pois de quase uma hora é impossível escapar pelas sucessivas idas aos fornos até as extremidades luzirem como tubo de néon publicitário.
Conversas de cabeleireiro? O Francisco Louçã que me perdoe, mas, na generalidade, é pouca a vontade de neles entrar em women’s talk. Mais digo: seguisse a classe política este exemplo e muitos disparates seriam evitados.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros