Autor que não foi possível identificar e Philip Ayers
Erguem-se vozes especialistas em pedagogia clamando vantagens na separação dos géneros nos ciclos médios do ensino básico e no secundário. Num relance, parece ideia velha e bafienta sem qualquer outro fundamento, além de reviver o que já foi tradição até setenta e quatro. Diferença substantiva: nos idos, acautelavam-se pretensos valores morais como a inocência virginal das meninas e a contenção hormonal dos rapazes; no presente, investigações doutoradas esgrimem argumentos científicos. Foi-se o tempo do pecado como regulador social. Hoje, ninguém assusta os infantes com os perigos físicos da masturbação e o Inferno que os acolheria se persistissem no «vício». Hoje, ninguém se acoita no pavor a Belzebu por quase nada, menos ainda por experimentos sexuais. Hoje, Se receio existe e não inibidor é o do nome enrolado em julgamentos que engordam notícias e o da gaiola prisional onde criminosos rabos-de-palha, entre eles, larápios menores, cumprem penas – os peritos em artes tais circulam, alegremente, no exterior.
De regresso ao ensino conjunto de portadores de «pilinhas» e «pipis», estão, há muito provadas diferentes características bio e psicológicas que determinam ritmos de aprendizagens. Na puberdade, se antes dos treze anos os rapazes são mais expeditos, depois dos 14, as raparigas apresentam maior capacidade de concentração e trabalho. Por cada ano passado, cresce a diferença até aos 18. Daí em diante, esbatem-se as desigualdades. O dito justifica acesso maioritário de raparigas aos cursos superiores que exigem médias chorudas. Senhores, convençam-se: daqui a uns anos, raridade será entregarem-se a um urologista com apêndice semelhante ao vosso. Nós, mulheres, estamos habituadas à predominância ancestral de ‘ginecologistas machos’ que a actualidade desmente. E Vossas Senhorias Masculinas, como reagirão à novidade?
Não duvido que visão estritamente centrada na rentabilidade encontre vantagens no ensino separado por sexos nos escalões etários referenciados. Melhor rendimento escolar das turmas assim organizadas seria, penso, indiscutível. E o perdido? Justifica a medida? _ Não! Mais há num crescer harmonioso do que conceitos letrados. A aprendizagem da convivência de jovens com necessidades e capacidades distintas motiva, se bem conduzida, solidariedade e outras competências. Cabe aos educadores propiciar abrangência emocional e cognitiva que no futuro pessoal e profissional dê frutos polposos, pelo sumo enriquecedores das sociedades.
CAFÉ DA MANHÃ
Cortesia do Cão do Nilo.
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros