Magritte e autor que não foi possível identificar
A Deloitte apresentou conclusões dum estudo sobre o valor previsível gasto por família em cada país da Zona Euro. Dos países constantes da análise, a Irlanda encabeça o rol, Portugal ocupa o meio da tabela, acima da Alemanha e com a Holanda em último lugar. A diminuição de 8% nos gastos quando comparada com a do ano anterior discorda do pessimismo e das reais condições económicas dos portugueses. Poder-se-á afirmar continuarmos despesistas - os que podem e são menos a cada dia - não hesitando em das magras bolsas alargar os cordões ao chegar o tempo natalício. Poder-se-á argumentar serem os países latinos predominantemente católicos e a festa do aniversário de Cristo a principal no calendário do catolicismo.
Se até há um ano os cartões custeavam excessos que em Janeiro seriam pagos e faziam do mês primeiro o mais pindérico dos doze, hoje, já os fundilhos foram virados ao contrário em busca de alguma moeda esquecida. Metade do subsídio de Natal mal chega para atrasados em dívida, para as peúgas destinadas ao avô, quanto mais para os ténis novos que faltam ao Joãozinho, cansado dos que diariamente calça e têm beiços da «sola» à vista. Mas não! Segundo a Deloitte, parece que o Joãozinho terá os ténis cobiçados, a Carlinha nova ‘barbie’, a tia Arminda o vistoso arranjo floral em garantido plástico que enfeita a montra do «chinês» próximo e nela faz um vistaço.
Ora, pensava esta escrevinhadora que neste annus horribilis pontificaria na mesa o bacalhau com todos, rabanadas caseiras e pouco mais; os presentes seriam sorrisos e gestos de afecto significativos como constitui um postal escrito com a alma nas palavras, lembranças para a criançada. Conjectura por tomar como bastante a ternura e o pensar amorosamente naqueles que nos enchem o coração. Havendo fundos extra, contribuir para ajudar família ou obra carenciada. Curto e simples: um Natal como os anteriores deviam ter sido. Deviam, mas não foram e participo do mea culpa. A verdade é que os portugueses aos quais ainda não falta pão e emprego optam por gozo à fartazana, mesmo que Janeiro e seguintes sejam enxaqueca continuada.
CAFÉ DA MANHÃ
Gayle B.Tate
Nos três próximos anos, o desequilíbrio das contas públicas em Espanha obriga a redução de 50 mil milhões de euros na despesa pública. Em 2009, um milhão de empregos foram perdidos – pico inusitado na última década. Números redondos: 20% de desempregados. Os portugueses que por lá trabalham foram dos mais afectados pela horda de despedimentos. Que, enganadoramente, não seja julgado conforto o mal alheio. Quando 25% das nossas exportações têm endereço espanhol, tossir lá é pneumonia aqui.
Murteira Nabo colocou bem pintas nos «is». Que seja aumentado o investimento em obras públicas capazes de aumentar riqueza e fornecer retorno a curto/médio prazo. Exemplificou: hospitais, renovação de escolas secundárias, outras construídas de raiz englobadas em qualquer nível de ensino - universitário incluído e acoplado a investigação de ponta.
É certo termos povo cada vez mais escolarizado e menos «formado». A multiplicidade de licenciaturas é absurda – as mais das vezes para nada servem e ludibriam os inscritos. Universidades ofertam útil e logros – do maior número de candidatos à frequência decorrem subsídios aos orçamentos. Que seja imposto filtro. Racionalizados os gastos se o destino é ausência de procura dos diplomados.
Roubini, o profeta/guru norte-americano em economia, afirmou:
_"Se a Grécia cair, é um problema para a zona euro, mas se a Espanha cai, é um desastre".
Englobou os países mediterrânicos:
_ “Portugal, Espanha, Itália e Grécia enfrentam não só um endividamento público crescente, mas também um problema de competitividade. Mesmo que estes Estados resolvam a dívida, o problema da competitividade persiste.”
A zona euro treme. Periga. Jean-Claude Trichet defende-a:
_ “A Grécia não é a Finlândia e a Espanha não é a Alemanha. O défice público conjunto dos vários Estados é inferior ao norte-americano.”
Obama e Comunidade Europeia carecidos de lança em riste. Ou a empunham, ou o mundo económico vai a pique. Excepção: a China.
CAFÉ DA MANHÃ
A “menina Grammy”
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros